segunda-feira, 19 de julho de 2010

ELEIÇÕES SINTE-PI 2010: OPOSIÇÕES DESNORTEADAS

Nessas últimas eleições do SINTE-PI, os chefes das combativas chapas 2 e 4 conseguiram fazer com que os votos da oposição encolhessem muito em relação aos resultados obtidos pela mesma oposição em eleições anteriores. Enquanto que no pleito de 2007, as chapas oposicionistas obtiveram cerca de 4.700 votos, nesse de 2010 os votos das chapas 2 e 4 mal chegaram a 2.285. Desnorteados, conquistaram a proeza de perder para a chapa 1 até na capital. Algo inédito, até então. Além das manipulações de Odeni e Manoel Rodrigues, vamos a outros fatores, em nossa avaliação, que também foram responsáveis por isso.

A chapa 2 se formou de forma artificial, numa suposta “Convenção” muito esvaziada, ocorrida no Liceu, que contou com pouco mais de trinta pessoas. Antes de tal encontro, o sectário chefe máximo do PSTU e dessa chapa – Gervásio Santos – chegou ao absurdo de afirmar que “não aceitaria sequer discutir a hipótese do Coordenador-Geral do Dever de Classe – professor Landim Neto – encabeçar uma eventual chapa unificada de oposição”. Ao que nos pareceu, o critério maior para estar à frente desse processo era ser militante do PSTU. Ou estar em vias de ser, condições em que o professor Landim não se enquadra mais. Talvez por isso ou pelas “coincidências” da vida, o prof. Hallysson, PSTU, foi o “escolhido” para cumprir essa tarefa. Ou seja, os interesses partidários falaram mais alto, independentemente de se isso era de interesse ou não da categoria como um todo.

A partir daí, decidimos não lançar chapa e deixar esse tipo de oposição livre para  ir cuidar dos seus próprios caprichos.

Mas não foi somente o sectarismo e a forte partidarização – ainda que a maioria do grupo não tenha percebido – que levou a chapa 2 a perder até em Teresina.

O abstrato e despolitizado mote adotado na campanha – “Retomar a luta e reescrever a história do SINTE pelo direito de educar” – pareceu mais título de monografia do que palavra de ordem para mobilizar uma categoria cujo interesse imediato maior – por razões óbvias – é a questão salarial, relegada na carta-programa a um único, tímido e curtíssimo ponto escondido no meio de vários textos. Como conquistar mais votos, então?

É a partir da “análise” feita pelo chefe “Gervásio Santos”, no blog: http://www.gervasiosantos.blogspot.com/, que se detecta outros erros graves. Veja o que ele diz:

“A formação de uma outra chapa governista e cutista (...) contribuiu para tirar da chapa 2 os votos da oposição à Odeni. Os membros da Chapa 3, infelizmente, foram associados, por uma boa parte dos trabalhadores em educação, como sendo opositores daquilo que eles mesmo ajudaram a executar”.(Grifos nossos).

Ora, e por que então a chapa 2 não caracterizou de maneira clara a chapa 3 em sua carta-programa? Por que não disse, de forma direta, que ela também era ligada ao governo? O que impediu que isso fosse feito? E em relação ao peleguismo da CUT, por que sequer o nome dessa Central foi citado nos materiais da chapa? Poupar a CUT soou muito estranho, dado que o PSTU alegou, para não compor com a professora Lourdes Melo/PCO - (chapa 4), o fato dela discordar da política de se denunciar essa Central e se desfiliar o SINTE da mesma. A ideia que fica é que o chefe da chapa 2 queria apenas mais uma desculpa para unificar-se somente com quem fosse do agrado do seu partido, algo que inclusive trouxe-he alguns constrangimentos, como veremos abaixo a partir de outro trecho de suas próprias “reflexões”, extraídas do mesmo blog.

“Assim, sem muita estrutura para poder viajar por todo o Estado e dialogar com a categoria, sem condições financeiras e humanas para fixar um só mesário e um só fiscal em cada uma das regionais mais distantes da capital do Estado e prejudicada pela grande abstenção das escolas localizadas em Teresina, reduto oposicionista a toda essa política traidora e entreguista do PT e da CUT em nossa categoria, a Chapa 2 - Retomar a Lutar - Oposição - não teve condições para desmontar todo esse aparato do governo, da CUT, do PT e dos burocratas dentro do SINTE-PI”. (Grifo nosso).

Parece até coisa do Casseta e Planeta. Só depois que passaram as eleições é que o analista-chefe da chapa 2 foi perceber isso? Quanta inteligência! Como é que com uma política de exclusão se ia conseguir estrutura humana e financeira mais adequada para fazer campanha e ganhar pelo menos na capital? O mais bizarro nesse episódio é que o chefe Gervásio, visivelmente atarantado, foi à Unidade Álvaro Ferreira no dia das eleições e pediu o voto dos professores e funcionários dessa escola usando o nome do prof. Landim, que é lotado naquele estabelecimento. Mesmo tendo total respeito aos demais membros da chapa 2, tivemos que desautorizar tamanho oportunismo, o que deixou a imagem desse chefe meio arranhada por lá.

Em relação à chapa 4, além do grave erro de sua chefa Lourdes Melo/PCO em ainda defender a CUT, lançou uma carta-programa que, no geral, só dialogava talvez com os próprios membros do grupo que formaram. Salários de R$ 3.500,00 para um turno, acrescidos de mais 100% de Regência?!?!? Quem se mobiliza por tal política? Os menos de 300 votos que a chapa obteve é também reflexo disso.

Esperamos – pegando o mote de campanha da chapa 2 – que todos tenham se educado a partir dos resultados dessas eleições. Em nossa opinião, o mais sensato é partirmos, com urgência, para a criação de uma nova entidade que verdadeiramente possa nos representar. E com toda a oposição unida.

8 comentários:

Afonso disse...

Companheir@s do Dever de Classe,

Concordo com a análise. Precisamos construir uma alternativa classista e independente para o movimento docente estadual.

Anônimo disse...

Que bonito! Desse jeito vcs não vão ganhar eleições é nunca!
Maria Luisa

Anônimo disse...

Os "esquerdistas" de Gabinete (Senhores da Justiça)Landim e Maércio Maia estão é com ciúme porque não se enquadraram nas normas partidárias leninistas do PSTU.
Fábio

Anônimo disse...

É isso aí, Fábio! O Dever de Classe correu da campanha e tá chateado pq a candidata deles lurdes não teve nem 250 votos. A chapa 2 foi a grande defensora da categoria.

Anônimo disse...

O mais sensato seria a união de todos, essa briga de partidos não leva a nada,mas concordo com a maior parte desse texto do Dever de Classe.

Anônimo disse...

Todas essas chapas que concorreram são pelegas. Por isso a equipe do governo ganhou de novo. E o dever de classe só quer é se exibir. Viva a Odeni!

Anônimo disse...

O Dever de Classe falou tanto e na hora da eleição não se inscreveu. Por quê? A chapa tava esperada, será que receberam dinheiro do governo?
Santos

Anônimo disse...

Acompanho o trabalho do Dever de Classe e sei que os membros desse partido são sérios. Foi o único grupo que enfrentou com firmeza o governo na questão do fechamento de escolas. Merecem todo o apoio da categoria, por isso causou uma frustração o fato de não terem participado da campanha.
Luis Carlos, do Liceu

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