domingo, 20 de dezembro de 2009

ACORDO ENTRE GOVERNO, DIREÇÃO DO SINTE E DEPUTADOS REDUZ PISO NACIONAL EM MAIS DE 50%!


Ao apagar das luzes do último dia 16.12. (quarta-feira), Wellington Dias enviou e fez aprovar na Assembleia Legislativa Projeto que impõe piso de R$ 510,00 para professor classe A 20 horas, a partir do início do próximo ano. Ou seja, querem surrupiar mais de 50% dos salários dos professores, vez que a Lei Nacional do Piso dos Docentes assegura que a partir de janeiro de 2010 nenhum professor da rede pública no Brasil pode receber como piso menos de R$ 1.132,00 por um turno de trabalho. Tudo foi feito em total acordo com a Direção do SINTE. O Deputado João de Deus, um dos articuladores do Projeto, tem em seu gabinete vários assessores da Direção desse sindicato.


GOVERNO TEM MUITO DINHEIRO!


Categoria não deve aceitar tal Projeto. O governo tem recursos financeiros suficientes para cumprir a Lei do Piso. Os R$ 1.132,00 para um turno, como manda a Lei, não é um alto salário. O próprio Secretário de Fazenda - em matéria de capa no Jornal "O Dia" de 19.12 (sábado) - diz textualmente: "Estamos fechando o ano de 2009 com mais de R$ 1,6 bi só com arrecadação de ICMS". "Vamos entrar 2010 com muita folga de caixa". Portanto, devemos exigir o cumprimento da Lei, ou seja, os R$ 1.132,00 para 20 horas de trabalho. Qualquer coisa fora disso é golpe. Sob esse aspecto, para tentar confundir e desviar a atenção da base, Odeni & CIA dizem que "a luta é pelo piso do DIEESE". Ou seja, querem fugir do foco da questão, que é o pagamento dos R$ 1.132,00 para um turno de trabalho. Fique alerta! Não se deixe levar por esse tipo de esperteza!


NÃO INICIAR O ANO LETIVO!


A Assembleia Geral ocorrida no último dia 8.12 foi clara: caso o governo não queira cumprir a Lei, ou seja, pagar os R$ 1.132,00 para 20 horas, o ano letivo não pode ser iniciado. Neste sentido, nessa mesma Assembleia, ficou decidido também que será chamado novo encontro da categoria para ANTES do início do ano letivo, para que se possar ratificar tal encaminhamento de luta. Todos atentos.



terça-feira, 8 de dezembro de 2009

VERGONHA: DIREÇÃO DO SINTE ASSUME QUE PROFESSORES NÃO PODEM RECEBER PISO NACIONAL

Quem foi à assembleia-geral ocorrida ontem (07.12.2009), viu e ouviu a presidenta do SINTE - Odeni de Jesus - dizer que os professores da rede estadual do Piauí não podem receber os R$ 1.132,00 que devem ser pagos a partir de janeiro de 2010 em toda a rede pública do País para pessoal com jornada de 20 horas, como manda a Lei do Piso Nacional dos Docentes. Alegou, para tanto, que esse "valor é muito alto", que "se for pago para dois turnos já é um avanço". O que a Direção do SINTE, de forma vergonhosa, está dizendo é que quem trabalha apenas um turno só deve receber a metade do piso. E que quem é 40 horas deve trabalhar um turno de graça. Quanta peleguice. A Lei do Piso é clara e diz que "nos estados e municípios onde se comprovar que não é possível pagar o piso para 20 horas o Governo Federal complementa com recursos extras". É o que diz a Lei. O problema aqui é que o governo do PT desvia as verbas da Educação para outros fins, sobretudo para folhas paralelas e ongs como o Instituto Civitas, que já embolsou mais de R$ 14 milhões dos cofres públicos. A Direção do SINTE cala disso disso. Os que estavam na assembleia, quase que por unamidade, rechaçaram os absurdos vindos de Odeni, Manoel Rodrigues, Remédios e CIA. No final, ficou deliberado que a luta deve ser pelos R$ 1.132,00 para 20 horas. E, caso o governo se recuse a pagar, não será iniciado o ano letivo de 2010. Essa é a luta.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

TODOS À ASSEMBLEIA DO DIA 7.12 PARA EVITAR GOLPE DO GOVERNO E DIREÇÃO DO SINTE


Segunda-feira, 7.12.2009, haverá assembleia dos trabalhadores em educação no Teatro de Arena, às 8:00 horas. Lá, a direção do SINTE, utilizando-se de todo tipo de manobras, vai querer forçar a categoria a aceitar o piso de R$ 1.132,00 para 40 horas, quando a Lei aprovada recentemente no Congresso Nacional diz que esse valor deve ser pago a partir de janeiro para jornada de apenas um turno. Já está tudo combinado com o Secretário Antônio José Medeiros, que anunciou que só pode pagar R$ 1.020,00 para jornada dupla, ou seja, valor próximo do que o SINTE está defendendo. A astúcia do plano está no fato de que nem o governo diz que sua proposta é para 40 horas nem tampouco a Direção do sindicato diz que a sua é para 20. Assim, como em dezembro e janeiro as escolas vão estar fechadas, o governo pode aprovar o que quiser, tal como fez em 2009. O último Congresso do SINTE deliberou que a luta deve ser pelos R$ 1.132,00 para 20 horas. Não deixe o grupelho de Odeni, Manoel Rodrigues e Remédios passar por cima dessa decisão. Compareça à assembleia e diga não a esse acordo espúrio.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

EDUCAÇÃO PARALISA PELO PISO DE R$ 1.132,00 PARA 20 HORAS SEMANAIS!




Dia 26 próximo, quinta-feira, os trabalhadores em educação da rede estadual do Piauí vão paralisar suas atividades para exigir do governo a implantação do piso de R$ 1.132,00 para 20 horas semanais, conforme exige a Lei do Piso aprovada recentemente em nível nacional. Tal medida é para ser aplicada já a partir de 1º de janeiro de 2010.
A manifestação visa também reivindicar outras questões salariais, como as perdas de mais de 47% que existem com base só nos últimos três anos. E isto quem afirma é a economista do próprio SINTE-PI - Dra. Verônica Paraguassu.
E há ainda outros pontos históricos em discussão, como a volta da vinculação da Regência - agora em 100% sobre o salário-base, a redução da jornada de trabalho dos novos professores e o retorno da Licença-Prêmio nos moldes anteriores, quando o servidor a utilizava de acordo com suas necessidades.
O ato discutirá também o IAPEP-SAÚDE, hoje praticamente um caso de polícia.
Mas, reiteramos, o centro da manifestação está na defesa da implantação do piso de R$ 1.132,00 para jornada de 20 horas semanais, tal como assegura a Lei do Piso Nacional dos Professores.
Todos à Luta!

domingo, 15 de novembro de 2009

XI CONGRESSO DO SINTE APROVA PISO DE R$ 1.132,00 PARA VINTE HORAS. MAS ODENI JÁ COMEÇA A NEGAR ESSA DECISÃO!


O XI Congresso do SINTE, ocorrido de 11 a 13 deste mês de novembro, aprovou por unanimidade piso de R$ 1.132,00 para os professores classe A com jornada de R$ 20 horas semanais, rumo ao piso do DIEESE. Tal política está em consonância com a aprovação da recente Lei do Piso Nacional dos Docentes. Esse valor é para ser pago já a partir de janeiro de 2010.

No entanto, a presidenta do SINTE, professora Odeni de Jesus, QUER NEGAR essa decisão. No programa de Rádio "Voz da Educação", veiculado no último sábado (14.11.2009), Odeni fez muitos rodeios e, ainda que de forma camuflada, disse que o piso é para 40 horas. Ou seja, quer ajudar o governo a nos tomar metade do nosso salário. Isto é inaceitável. Não podemos deixar que o grupelo comandado por Odeni, Manoel Rodrigues e CIA passe por cima de uma decisão dos cerca de 700 delegados que comparceram ao Congresso.

O Congresso aprovou ainda a volta de direitos históricos, como a Regência de Classe vinculada (agora em 100%), sobre o salário-base. Volta da Licença-Prêmio. Volta da Redução da Jornada de Trabalho de acordo com o tempo de serviço, dentre outras importantes questões.

A categoria precisa ficar de olho, porque a direção do SINTE já dá sinais de que não quer encaminhar essas decisões.

sábado, 24 de outubro de 2009

ANTÔNIO JOSÉ MEDEIROS REDIGE DECRETO QUE PREVÊ FECHAMENTO DE MAIS ESCOLAS PÚBLICAS ESTADUAIS


O Decreto nº 13.868, baixado em setembro último pelo governo do Estado, diz claramente em seu artigo 5º "QUE MAIS ESCOLAS PÚBLICAS SERÃO DESATIVADAS ou fundidas com outros estabelecimentos de ensino em 2010. O texto foi escrito pelo próprio Antônio José Medeiros, obviamente em total acordo com Wellington Dias, PT e demais partidos coligados. Esse documento também golpeia de morte as eleições para direção das escolas.

Ora, num Estado em que há meio milhão de crianças analfabetas, segundo o IBGE, fechar escolas públicas no mínimo pode ser qualificado como um ato irresponsável e de total loucura.

LICEU NA MIRA
Além desse Decreto que prevê de forma clara a desativação de colégios públicos, o governo petista, sob orientação do "intelectual" Antônio José Medeiros, está tomando também outras medidas nessa mesma linha.
A principal delas é a criação de supostas escolas de tempo integral, onde a quantidade de alunos desses estabelecimentos é reduzida drasticamente. O Liceu Piauiense (foto), que todo ano matricula em média 2.400 estudantes, em 2010 só aceitará 800 alunos, segundo o que o próprio Antônio José tem anunciado. Ou seja, se depender das intenções do governo serão desativadas 1.600 vagas, dois terços do potencial de matrículas dessa tradicional escola de nosso Estado. O turno da noite, pelas metas da SEDUC, é para ser totalmente extinto nesse estabelecimento de ensino.

Essa política de fechar escolas vem sendo aplicada desde 2003. Em todo o Estado mais de 40 estabelecimentos já foram atingidos.




sábado, 17 de outubro de 2009

DESTAQUE EM MISÉRIA

Campeão em analfabetismo. Campeão em trabalho infantil. Campeão em baixa remuneração aos professores da Rede Estadual. (Ver matérias abaixo). É com essas credenciais que o PT - através do arrogante e falacioso secretário Antônio José Medeiros - quer continuar à frente do governo do Piauí. Ou seja, querem dar continuidade à política de destacar negativamente nosso Estado quando o assunto é a miséria da maioria da população. O curioso é que esses títulos dados ao atual governo não vieram de nenhuma organização "esquerdista", "raivosa", como os petistas gostam de qualificar todos os que se opõem de forma séria aos seus desmandos. É o IBGE - órgão governamental - quem atesta o que na prática qualquer pessoa minimamente lúcida há tempos já percebeu.
Esse secretário Antônio José Medeiros, se tivesse um mínimo de decência, deveria era estar se retratando perante a sociedade piauiense, em particular junto ao meio acadêmico universitário, onde, como um sagaz embusteiro, conseguiu durante algum tempo iludir muitas pessoas de boa fé.
E, caso vivêssemos em um país sério, esse mesmo secretário falastrão estaria no mínimo também às voltas com a polícia, dado que tem sido mestre em utilizar os recursos da Educação pública de forma muito suspeita, como por exemplo construindo fachadas de escolas a peso de ouro.
O Grupo Dever de Classe, a partir de agora e na coluna ao lado, vai disponibilizar um pequeno balanço da atuação desse decadente intelectual à frente da SEDUC.
Analfabetismo infantil do PI é de 27%; Estado é 3º pior país
Índicies de analfabetismo do Estado entre crianças de 8 a 9 anos é superior à média nacional.

Em pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) o Piauí é o terceiro pior Estado da Federação em educação, no tocante aos índices de analfabetismo. Segundo destaque do jornal Folha de São Paulo, o Piauí tem 27 porcento das crianças analfabetas, só não é pior que os estados do Maranhão (29%) e Alagoas (38%).
A média de analfabetismo do Nordeste é de 23 porcento e do país é de 11,5 porcento. Os dados do IBGE revelam que a redução nos índices de analfabetismo entre as crianças com 8 e 9 anos de idade caiu apenas dois pontos percentuis entre 2001 e 2007.

Esses dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), e demonstram que se a queda dos índices de analfabetismo continuarem com o mesmo percentual de queda, o Brasil não conseguirá erradicar o analfabetismo infantil em 2022, como era meta do Ministério da Educação.

Da Redação
redacao@cidadeverde.com

Piauí tem 115 mil crianças trabalhando; 2º pior do país
Tocantins lidera ranking com 15,71% enquanto o Rio tem menor índice de trabalho infantil: 3,93%.

O Piauí é o segundo Estado com maior incidência de trabalho infantil em todo o país, perdendo apenas para Tocantins. Enquanto que o Rio de Janeiro tem o menor índice, segundo dados obtidos na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Cerca de 4,5 milhões de crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos trabalham em todo país, de acordo com o IBGE - cerca de 10% de toda a população na faixa etária. No Piauí, a população dessa faixa etária é de 763 mil, sendo que 115 mil estão trabalhando. O índice chega 15,07%. E apenas 30 mil são atendidas pelo Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti) do governo federal.

Em Tocantins, são 350 mil crianças e adolescentes e 55 mil estão ocupadas. O percentual da população entre 5 e 17 anos ocupada é de 15,7%. No Rio, o índice é 3,9%.
As informações foram encontradas pelo portal G1, após seguir orientações do método sugerido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), já que o IBGE só havia divulgado os números referentes às cinco regiões e não as informações individuais do estado.
Legislação:
A legislação brasileira permite o trabalho na condição de aprendiz a partir dos 14 anos e em qualquer caso acima dos 16, mas muitas crianças e adolescentes começam a pegar no batente mais cedo. Dados da PNAD mostram que 141 mil das crianças ocupadas têm menos de nove anos de idade e 1,3 milhão menos de 14.
Acima dos 14 anos, o IBGE aponta que são R$ 2,99 milhões de ocupados. Mas, dados de 2008 do Registro Anual de Informações Sociais (Rais) do Ministério do Trabalho e Emprego, apontam que apenas 360 mil jovens de 16 e 17 têm emprego com carteira assinada. Outros 160 mil jovens acima dos 14 trabalham como aprendizes. Isso significa que 2,47 milhões de adolescentes trabalham sem ter seus direitos trabalhistas respeitados.
O coordenador do Programa Internacional para Eliminação do Trabalho Infantil da Organização Internacional do Trabalho no Brasil (OIT), Renato Mendes, diz que o trabalho infantil está sempre atrelado a outros indicadores e à desvalorização da mão-de-obra adulta. "O trabalho infantil nunca vem sozinho, vem com outros indicadores de desenvolvimento humano, educação básica, pobreza."
Fonte:G1

Piauí é o 'terceiro' estado onde professores 'ganham menos'!

Salário de professores do ensino básico é inferior à média nacional no Piauí

E tome mais notícia que repercute nacionalmente e prejudica a imagem do Piauí! Agora na área da educação. Levantamento publicado no Portal G1 (da Globo.com) diz que o Piauí é o terceiro estado que mais paga mal os professores, com índice abaixo da média nacional.

Os números se referem a 2008 e estão em um levantamento elaborado pelo MEC sobre a folha de pagamento média de professoresdas redes públicas municipal e estadual nos 26 estados e no Distrito Federal. Os valores já incluem gratificações. Os professores do Piauí, segundo os dados, ganham R$ 1.105.

Só ganham dos professores da rede pública dos estados da Paraíba, que recebem R$ 1.057 e de Pernambuco, que recebem R$ 982. A média nacional é de R$ 1.527. O levantamento feito a partir e informações do Ministério da Educação (MEC) mostra que os professores da rede básica de educação de 16 estados recebem salário inferior à média nacional, de R$ 1.527 mensais.

Os professores do Distrito Federal são os mais bem remunerados – R$ 3.360, mais que o dobro da média brasileira. O Brasil tem 1,7 milhão de professores na rede básica de ensino. O levantamento do MEC sobre a folha de pagamento dos educadores também mostra que o professor de Pernambuco é o profissional que recebe a pior remuneração: R$ 982. Em comparação com os R$ 3.360 mensais de média recebidos pelos professores do Distrito Federal, a diferença é de 242%.


quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Ministro da Fazenda admite retenção de IR

Mantega admite que arrecadação menor faz governo segurar IR
O ministro Guido Mantega (Fazenda) admitiu nesta quinta-feira que a Receita Federal esteja demorando mais a pagar a restituição do Imposto de Renda de 2009 aos contribuintes que têm direito devido à queda na arrecadação do governo.

Segundo o ministro, o ajuste que foi feito é normal e não prejudica o contribuinte, já que o valor é corrigido pela Selic.

O atraso no pagamento das restituições foi antecipado pela Folha na edição desta quinta-feira. De aproximadamente R$ 15 bilhões que seriam inicialmente devolvidos até dezembro, cerca de R$ 3 bilhões só deverão ser liberados no primeiro trimestre do ano que vem, de acordo com a reportagem.

"Neste ano, existe um ajuste para que a restituição demore mais a ser feita, mas sempre o nosso critério é fazer o mais rápido possível. No ano passado, nos tínhamos uma folga orçamentária e foi feito mais rapidamente, mas este ano temos mais dificuldade", afirmou.

Mantega disse que não há nenhum artificialismo neste ajuste e que, mesmo com a demora, o pagamento das restituições está sendo feito dentro da regulamentação, priorizando contribuintes que não caíram na malha fina.

O ministro negou também que o foco da Receita Federal tenha mudado dos grandes contribuintes para os pequenos.

"Não tem nenhuma procedência achar que mudamos o foco da Receita. Os grandes contribuintes são sempre o foco, até por uma questão de lógica", completou.





quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Teses do Dever de Classe ao XI Congresso do SINTE-PI

Resgatar nossos direitos! Por um SINTE de luta, democrático, pela base e socialista! Basta de sindicalismo atrelado aos governos e patrões!

Apresentação
O XI Congresso do SINTE ocorre num momento em que o governo Wellington Dias intensifica o arrocho sobre os Trabalhadores em Educação do Estado do Piauí. Data-Base zero; escolas sucateadas; cortes nos salários do pessoal da vigilância; estrangulamento do IAPEP, PLAMTA e aumentos nos valores cobrados por esses órgãos; elevação nos descontos do vale-transporte (ao pessoal da capital); ataques às eleições para direção de escolas e perseguições nos locais de trabalho são políticas concretas oriundas do Palácio de KARNAK e SEDUC. E há ainda os desvios do FUNDEB e outras verbas constitucionais, além das extorsivas cobranças de taxas feitas pelo Banco do Brasil.
Todo esse quadro, em linhas gerais, é reflexo das políticas econômicas e sociais adotadas pelo Governo Federal, de quem, por razões óbvias, o Governo Estadual é forte aliado. Desde o início de seus mandatos, a prioridade de Wellington e Lula assentou-se no pagamento de juros das eternas dívidas públicas junto aos banqueiros internacionais. Estima-se que apenas de janeiro de 2003 até o final de 2010, mais de R$ 2 bilhões terão saídos dos cofres públicos estaduais por conta dessa questão. Lula, em decorrência da crise internacional do capitalismo, desembolsou em janeiro último um repasse extra ao FMI de aproximadamente 10 bilhões de reais, sob a alegação de que isso é “algo chique”. Esse dinheiro saiu do setor social, sobretudo da educação pública.
Essa crise internacional, aliás, vem trazer complicações ainda maiores à classe trabalhadora e à maioria da população em todo o mundo. A queda das bolsas e a falência de empresas-símbolos do capitalismo – como a General Motors – fizeram com que mesmo nos países imperialistas, como EUA, Alemanha e Japão, o arrocho crescesse de forma alarmante, sobretudo via desemprego, precarização das condições de trabalho e aumento da violência urbana. No Brasil, segundo dados do próprio Ministério do Trabalho, mais de um milhão de trabalhadores perderam seus empregos somente em dezembro do ano passado.
Em nosso Estado, tal fenômeno também nos trouxe ainda mais prejuízos. Segundo a Secretaria de Fazenda, a previsão é que até dezembro as perdas em relação aos repasses do FPE cheguem a R$ 350 milhões. Essa foi a principal alegação feita por Wellington Dias para desconsiderar a data-base em maio e somente no mês de setembro colocar os pífios 5,9% de reajuste nos salários de parcela ínfima dos servidores estaduais, excluindo praticamente todos os da Educação. E os discursos do governo petista são de que “o caixa estadual ainda vai mal”, o que pode comprometer até o pagamento do 13º salário do funcionalismo.
A tendência dessa crise mundial é se estender por muitos anos, em proporções superiores aos estragos provocados pela famosa crise de 1929, embora Lula e o PT, mesmo exigindo cada vez mais sacrifícios da classe trabalhadora, insistam em dizer que tudo não passa de “marolinha”. E a crise tende a se prolongar porque todos os elementos estruturais que a desencadearam, tanto da economia real como do sistema financeiro e bancário, não mudaram substancialmente. Um exemplo disso é que várias corporações industriais mundo afora diminuíram brutalmente os custos salariais com demissões ou reduções de horas, o que lhes permitiu melhorar os balanços, mas não aumentaram de conjunto as vendas. Quanto ao sistema bancário, se aceleraram as bancarrotas nos EUA (77 no total), incluindo a do Colonial Bank, a mais espetacular desde a queda do Washington Mutual (comprado por JP Morgan Chase em 2008), e uma das vinte mais importantes desde 1980. Isto sem falar de novas perdas de gigantes, como nos seguros AIG ou Fannie Mae, no segmento hipotecário.
A Direção do SINTE e a CUT, frente a essas conjunturas, mantém uma política de colaboração de classes com os governos do PT. Desde que esse partido adentrou os palácios do KARNAK e do Planalto, os principais e mais influentes quadros dirigentes do nosso sindicato, em consonância com essa Central governista, só fazem o que Wellington & Lula mandam. Foi assim que logo em julho de 2003 assinaram um Termo autorizando – em seus próprios nomes – o governo a desvincular do salário-base a Regência de Classe e demais direitos que tínhamos, como a Progressão. Apoiaram também a revogação do Estatuto do Magistério e a aprovação do atual PCSS, que extinguiu o Adicional por Tempo de Serviço, a Licença-Prêmio, a Redução da Jornada de Trabalho aos novos professores e ratificou o congelamento da Regência. Também, de forma aberta, assinaram embaixo da Reforma da Previdência do Governo Federal, que, dentre outros prejuízos, taxou os inativos e na prática acabou com a Aposentadoria Especial dos Docentes.
Deram ainda total cobertura à criação do IAPEP-SAÚDE e calam frente aos ataques às eleições para direção de escolas. Nessa linha, colaboraram com a data-base zero e defendem como alternativa salarial o Piso dos Professores, que é à base do salário mínimo nacional. Tem mais: com os governos petistas, ainda que de forma velada, ajudam a engrossar o coro de que “enquanto a crise internacional não passar, a classe trabalhadora não pode falar em reajuste salarial”.
A partir desses elementos, o Grupo Dever de Classe se propõe a fazer uma discussão fraterna com todos os Trabalhadores em Educação do Piauí, em particular com os presentes ao XI Congresso do SINTE. Diante da situação adversa em que se encontra nossa categoria, sobretudo quanto à questão salarial – faz-se necessário e de modo urgente – traçarmos um Plano de Lutas que possa reverter de forma concreta todo esse quadro.

Neste sentido, como questão de princípios, o passo inicial é resgatar o SINTE para as lutas. Ou seja, é preciso fazer com que a Direção do nosso sindicato deixe de ser uma mera sucursal do governo dentro de nossa categoria e passe a cumprir o seu verdadeiro papel, que é o de buscar a defesa intransigente dos interesses coletivos, em especial os relacionados às reivindicações dos Trabalhadores em Educação do Estado do Piauí. Um bom debate a todos.

I – CONJUNTURA
1. Internacional
1.1. A crise mundial do capitalismo, vinda à tona em 2008, continua sendo o elemento mais relevante da conjuntura internacional.

Desde o atentado ao World Trade Center, em setembro de 2001, não se tinha um evento tão importante como as bancarrotas, tanto da economia real como do sistema financeiro e bancário dos países ricos, em particular do imperialismo norteamericano. Esses fenômenos, que num primeiro momento apareceram sob a forma de uma crise imobiliária nos Estados Unidos, rapidamente repercutiram no mundo inteiro, em particular trazendo uma piora na qualidade de vida da classe trabalhadora e da maioria da população, sobretudo via aumento das taxas de desemprego, arrocho salarial e crescimento da violência urbana. Por conta da crise, e segundo a Organização Mundial do Trabalho-OIT – a previsão é de perda de 50 milhões de postos de trabalho em 2009, chegando ao total de 230 milhões de novos desempregado no mundo inteiro.
Na prática, é mais uma manifestação de um processo permanente de altos e baixos do próprio sistema capitalista, que vive crises cíclicas desde o começo do século 19.

Essas crises capitalistas têm dinâmicas próprias, ou seja, podem ser mais ou menos violentas e/ou duradouras. Quanto a isso, e ao contrário do que pregam a ampla maioria dos economistas burgueses, com os quais Lula e o PT no Brasil fazem coro, o processo desencadeado em 2008 tende a se prolongar. Isto ocorre porque a evolução da economia mundial é determinada pela situação dos países imperialistas, sobretudo quanto ao desempenho de suas indústrias. Ora, a produção industrial nos Estados Unidos, coração do imperialismo e da própria crise, teve queda de 10% nesse primeiro ano de turbulências. Também, na contramão do que pregavam os arautos do capitalismo, no primeiro trimestre de 2009 esse índice duplicou, isto é, passou para 20%. As concordatas de empresas como a Chrysler e a GM, de forma elementar, ilustram bem essa situação.

Essas mesmas tendências se dão também na Europa e Japão. A produção industrial em 2008 caiu 12% na Alemanha, 9% na Inglaterra e 21% na poderosa “Terra do Sol Nascente”.

1.1.1. “Emergentes” também não correspondem
Os chamados países “emergentes”, que em caso de queda nos centros imperialistas supostamente poderiam ser os motores da economia, também não correspondem às expectativas. A China vive uma desaceleração muito forte, baixando seu crescimento em mais da metade (13%, índice de 2007, antes da crise), para 6,1% no primeiro trimestre de 2009. A Índia teve a primeira queda consecutiva na produção industrial em dois meses, dezembro de 2008 e janeiro de 2009. Já a diminuição prevista para o PIB da Rússia é de 6,1% em 2009. O Brasil, esperança desse bloco, também não está em conformidade com o esperado, como veremos no item de conjuntura nacional.

1.1.2. Qual a saída?
Ainda que o capitalismo venha a se recompor de mais essa crise, uma lição clara e, digamos, dolorosa, mais uma vez é dada à humanidade: enquanto forma de organização e condução dos destinos da ampla maioria das pessoas, esse sistema nada de bom tem a oferecer. Vive em decadência. Desenvolve a tecnologia unicamente para obter lucros e não para benefício da humanidade. Ou seja, quase sempre utiliza o avanço da técnica para a destruição do homem e da natureza, pois precisa desesperadamente das guerras para gerar lucros. Nele vigora a anarquia da produção, o consumo descontrolado e supérfluo de uma minoria, a superexploração dos recursos naturais (que provoca um desastre ecológico mundial), e a especulação financeira.

Como questões de fundo para a superação dessa problemática crônica, propomos a construção da sociedade socialista, que, num sentido geral, implica em:
Planificar a economia e colocá-la a serviço da satisfação das necessidades da grande maioria, os trabalhadores e os setores populares, e não para aumentar a riqueza de uns poucos.
● Escala móvel de horas de trabalho e planos de obras públicas para conter o desemprego; reajustes salariais automáticos de acordo com o aumento da inflação; fim de todas as formas de trabalho precário.
● Expropriar todos os bancos e estatizar o sistema financeiro dos Estados Unidos e de todos os países imperialistas, sob controle dos trabalhadores e sem indenizar os banqueiros.
● Expropriar também as grandes empresas imperialistas e anular as dívidas externas dos países pobres, para que se estabeleça um rígido controle de capitais que impeça sua fuga para os países imperialistas.
● expropriar os latifúndios e realizar reformas agrárias radicais que dêem a terra aos camponeses pobres que nela trabalham e aos sem-terra que querem produzir alimentos.
1.2. Abaixo o golpe reacionário em Honduras!
Quando fechávamos esta tese, Honduras vivia clima de profunda instabilidade política, provocada pelo golpe que depôs o presidente Manuel Zelaya, em 28 de junho, e pôs no poder o reacionário Roberto Micheletti. O povo hondurenho saiu às ruas para rechaçar os golpistas.

Embora Zelaya não esteja nem próximo de ser um governo popular, nos colocamos nas fileiras daqueles que rechaçam por todos os meios necessários o golpe de estado levado adiante em Honduras. Para nós, somente as massas têm o direito de retirar este ou qualquer outro presidente do poder. Por isso, exigimos que se respeite a vontade do povo que colocou Manuel Zelaya na Presidência.

Assim, propomos:
● Abaixo o golpe militar em Honduras!
● Julgamento e prisão de todos os responsáveis pelo golpe!
● Não reconhecimento e bloqueio continental diplomático e econômico ao golpista Roberto Michelletti!

● Todo apoio necessário para a vitória da resistência dos trabalhadores e povo hondurenho.

2. Conjuntura Nacional
2.1. Lula e o PT intensificam o projeto neoliberal

O que determina o caráter de um governo não é a origem social de seu presidente ou o nome da sigla partidária dos seus principais integrantes. O caráter de um governo é determinado pela política econômica que esse governo adota. Sob esse aspecto, o governo Lula, desde 2003, aprofunda as políticas neoliberais no Brasil. Ou seja, é um governo burguês, ainda que com algumas particularidades em relação a todos os seus antecessores. São os fatos que atestam isso.

Em primeiro lugar, o atual governo – aliado aos sarneys da política brasileira – paga religiosamente os juros das dívidas públicas junto ao Fundo Monetário Internacional e sacrifica a área social, onde a educação pública é um dos setores mais prejudicados. De tão submisso aos banqueiros internacionais, Lula chegou ao ponto de enviar repasse extra em janeiro de 2009 ao FMI, na casa dos R$ 10 bilhões, quantia equivalente ao que gasta com o Bolsa Família, programa que, aliás, é o carro-chefe do seu discurso populista. Em 2008, os gastos com essas dívidas chegaram a cerca de R$ 364 bilhões, valor suficiente para criar quinze milhões de empregos, com salários de R$ 2 mil cada um.

O Governo Federal manteve também todas as privatizações da era FHC, em particular as da Vale do Rio Doce e tele-comunicações. E deu curso ao projeto que coloca os bancos estatais, em particular a Caixa e o Banco do Brasil, como órgãos que, em vez de fomentar a economia para atender à maioria da população, hoje se ocupam mais em extorquir pequenos proprietários e servidores públicos, via juros extorsivos de empréstimos consignados. Além disso, permite desde 2003 que os bancos privados tenham ganhos astronômicos. O BRADESCO, por exemplo, encerrou 2008 com um lucro líquido de 7,62 bilhões de reais.

É também do governo Lula a privatista Reforma da Previdência, que taxou inativos e trouxe, dentre outros prejuízos, o fim da aposentadoria especial dos professores.

2.2. Projeto privatista na Educação
Na área da educação pública, a política de Lula também só favorece o campo privado. Primeiro, porque em vez dos 10% prometidos, investe menos de 4% do Produto Interno Bruto nacional neste setor, o que mantém as escolas da educação básica sucateadas e dá gás aos estabelecimentos particulares, que ainda são dispensados de pagar muitos impostos. Esse percentual gasto aqui é inferior aos do Chile e Argentina, países mais pobres que o Brasil, mas que investem na educação pública em média 7% de seus PIB´s. A proposta do Piso Nacional dos Professores – que tem como principal referência o minguado salário mínimo nacional – é só um pequeno reflexo de como Lula encara o setor público na área educacional.

No Ensino Superior, a coisa não é diferente. O PRO-UNI e o FIES, programas criados para supostamente ampliar as possibilidades de ingresso de estudantes pobres em universidades pagas, na prática não passam de incentivos a essas instituições, sobretudo através da concessão de valiosas isenções fiscais às mesmas. Segundo o ANDES – Sindicato Nacional dos Docentes do Ensino Superior – com o dinheiro que os tubarões do ensino privado deixam de pagar, é possível quase que dobrar o número de vagas nas universidades públicas.

Na política internacional, o governo Lula transformou o Brasil numa plataforma de produção e exportação utilizada pelas transnacionais para ocupar o mercado da América Latina. Ou seja, nosso País virou uma espécie de sub-metrópole – econômica e política – dos países imperialistas. Isto significa que ajuda os mesmos a colonizar os demais países dessa região. E cumpre esse papel mesmo sofrendo também um processo de colonização.

Nessa linha de submissão, Lula mantém tropas militares no Haiti, para ajudar os países imperialistas a reprimir e dominar o povo pobre daquele país. Tudo inspirado nos ideais imperialistas, que mantêm tropas militares dos EUA no Iraque.

2.3. O Brasil e a crise internacional
Ainda em outubro de 2008, quando a crise já começava a dar sinais de que não era uma “marolinha”, Lula tratou de editar uma Medida Provisória de socorro aos bancos e grandes empresas. O incentivo-presente aos chefões do capital, oriundo dos cofres públicos, foi de R$ 160 bilhões, quantia muito superior aos R$ 20 bilhões que FHC deu ao sistema financeiro no período de 1995 a 1997, através de um programa chamado PROER, mesmo que se atualize esse valor. É bom relembrar que Lula deu ainda, em janeiro de 2009, um repasse extra de quase R$ 10 bilhões ao FMI, para socorrer os especuladores do mercado financeiro internacional.

Ainda como alternativa para conter a crise, Lula e o PT reduziram o IPI. Na prática, isso só beneficiou as grandes corporações industriais, que lucraram ainda mais com a dispensa de impostos, pois não baixaram na mesma medida os preços de seus produtos nem mantiveram a estabilidade do emprego. Quanto a esse último aspecto, o balanço previsto para 2009 não se altera em relação ao que ocorreu em dezembro de 2008, quando um milhão e meio de trabalhadores perderam seus postos de trabalho no Brasil. E a previsão é que até ao final de 2009 os cofres públicos da União tenham uma perda de R$ 24,5 bilhões, tudo por conta das isenções de impostos dadas aos grandes empresários. Ou seja, sinal de que a crise vai continuar.

Ao tempo em que socorre os próprios responsáveis pela depressão capitalista, Lula abandona a população pobre ante a pandemia da gripe suína, e diz que os trabalhadores não devem falar em aumento de salários.

Ou seja, o governo Lula é um governo burguês, embora a direção do SINTE e a CUT finjam que não sabem.

Diante disso, propomos:
● Fim do pagamento das dívidas públicas juntos aos banqueiros e FMI, e canalização do dinheiro para a área social!
● Estatizar o sistema financeiro e colocá-lo a serviço da população, sobretudo para financiar a educação e a saúde públicas!
● Aumentar os salários, congelar os preços e impor um gatilho salarial, ou seja, o aumento automático dos salários de acordo com a inflação!
● Redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução de salários!
● 10% do PIB nacional para a Educação Pública!
● Verbas públicas só para as escolas públicas! Nenhum incentivo às escolas pagas!
● Previdência pública e solidária!
● Reestatizar todas as empresas que foram privatizadas, como a Vale e as de tele-comunicações!
● Reforma agrária radical, que entregue as terras aos camponeses e exproprie as grandes empresas do agronegócio!
● Fora as tropas brasileiras do Haiti e as norteamericanas do Iraque!
3. Conjuntura Local
3.1. O Governo Wellington Dias é uma espécie de subproduto do Governo Lula
Ao seguir com fidelidade canina o que manda o Palácio do Planalto – que não passa de um gerente de luxo do imperialismo em nosso continente – o Governo Wellington Dias se configura como uma espécie de subproduto do Governo Federal. Vejamos:
1) Paga em média, desde janeiro de 2003, cerca de R$ 30 milhões mensais, referentes às dívidas públicas do Estado junto a banqueiros e megaempresários;
2) Isenta grandes grupos econômicos – como o Grupo Claudino – de pagar impostos. (Estima-se que com tal política cerca de R$ 2 bilhões deixarão de entrar nos cofres públicos estaduais até o final de 2010);
3) Está aliado ao que de pior e mais atrasado existe na política local, como Leal Júnior, Marcelo Castro, Xavier Neto e Themístocles Sampaio.
4) Joga as responsabilidades pela crise internacional nas costas dos trabalhadores, em particular do funcionalismo público. Quanto a isso, além da data-base zero, fala até em não pagar o 13% em dezembro.

Assim, não é estranho que fosse adotar as medidas que adotou, em especial contra os trabalhadores em educação, que representam mais de 50% do funcionalismo estadual. Além de manter as escolas sucateadas e um clima de perseguição dentro das mesmas, outros ataques logo vieram à tona. Vejamos:
1) Aprovou, ainda em julho de 2003, o Projeto da Desvinculação. Ou seja, desatrelou do salário-base vantagens como a Regência de Classe – que incidia em 40% sobre o mesmo. Isto é, se o salário-base subia, a vantagem subia também;
2) Revogou, em 2006, o Estatuto do Magistério e fez aprovar o atual PCCS, que, dentre outros prejuízos:
a) tem o pífio salário mínimo nacional como referência, que na prática corresponde ao Piso Nacional dos Professores defendido pelo próprio SINTE.
b) ratifica o Projeto da Desvinculação, ou seja, fortaleceu ainda mais a política de congelamento de toda e qualquer vantagem que possamos ter além do salário-base;
c) extinguiu o Adicional por Tempo de Serviço – que chegava até a 36% sobre o salário-base em final de carreira;
d) engoliu a Progressão;
e) acabou a licença-prêmio nos moldes em que era possível usá-la de acordo com as necessidades e interesses de cada um;
f) pôs fim à Redução da Jornada de Trabalho aos professores que entraram depois da aprovação desse Plano.
3.2. Mais arrocho
As medidas de arrocho do Governo Wellington Dias não param por aí. Em 2009 ignorou os 47% de perdas que temos e concedeu reajuste zero na data-base. Recentemente fez cortes no Adicional Noturno e horas-extras do pessoal da Vigilância. Com a implantação do IAPEP-SAÚDE, mais descontos incidiram sobre os contracheques, o que na prática reduz os nossos salários. Isso se torna mais grave na medida em que os serviços oferecidos por esse Plano são muito ruins.

Para o pessoal da capital, outro redutor salarial veio através do aumento astronômico nos descontos do vale-transporte. Tal medida – aliada à data-base zero e às abusivas taxas cobradas pelo Banco do Brasil, IAPEP e PLAMTA – fez com que em muitos casos os salários pagos em 2009 estejam menores que os recebidos em 2008.

Wellington também não quer nem ouvir falar nos precatórios da Educação. Enquanto destina milhões à elite de sempre, diz que não há dinheiro para atender a esse direito.

Da mesma forma, não tem política séria de qualificação nessa área. Docentes e demais profissionais da Educação, se quiserem se qualificar, têm que retirar dinheiro dos baixíssimos salários que recebem.

Nessa linha, não faz os investimentos necessários no sentido de transformar a UESPI numa universidade de fato. O abandono é tamanho que o próprio MEC cogita rebaixar essa Instituição a um mero Centro de Ensino, ou seja, a uma espécie de escolão de terceiro grau.

Os ataques continuam. Após fechar dezenas de estabelecimentos de ensino, Wellington e seus aliados tentam agora enganar a opinião pública criando “escolas de tempo integral” de fachada. Sem estrutura adequada, e com uma massacrante carga horária imposta aos que nelas trabalham, esse Projeto não passa de um blefe. Além disso, tem um profundo viés segregacionista, vez que quebra a isonomia quanto à remuneração salarial dos trabalhadores em educação como um todo.

Por fim, criou normas que na prática acabam com as eleições diretas para a direção das escolas. E, tal como todos os seus antecessores, se nega a abrir a Conta Única da Educação e impede que recursos próprios dessa pasta – como os do FUNDEB ou os 25% previstos na Constituição Estadual – sejam aplicados de forma devida. Segundo a imprensa e alguns diretores do próprio SINTE, as verbas do FUNDEB, por exemplo, são utilizadas para pagar folhas paralelas em vários órgãos estaduais.

Diante disso, propomos:
● Fim do Projeto da Desvinculação e volta de todos os direitos que nos foram retirados, como Regência incidindo em no mínimo 100% sobre o salário-base (isso já foi inclusive aprovado em Assembléia-Geral da categoria), Adicional por Tempo de Serviço, Progressão, Licença-Prêmio e Redução da jornada de trabalho a todos os docentes;
● PCCS que assegure crescimento à base de 100% de incremento salarial de uma classe para outra, e 20% entre cada Nível.
● Respeito à data-base e reposição imediata dos 47% retroativos a maio de 2009, rumo ao Piso do DIEESE para todos;
● Pagamento dos precatórios, já!
● Retorno do dinheiro descontado indevidamente do Pessoal da Vigilância e respeito a todos os direitos que lhes são peculiares.
● Extensão, a todos, da Gratificação concedida aos que trabalham nas supostas escolas de tempo integral.
● Não às escolas de tempo integral de fachada!
● Fim do fechamento de escolas!
● Padrão unitário de qualidade das escolas em geral e aparelhamento adequado das mesmas!
● Política de qualificação para todos (latu sensu e stricto sensu), através de bolsas integrais financiadas pelo poder público!
● Fim dos desvios do FUNDEB e demais recursos próprios da Educação!
● Investimentos sérios na UESPI; respeito e aumento dos repasses financeiros constitucionais a que essa Instituição tem direito!
● Fim dos pagamentos das dívidas públicas junto aos banqueiros e megaempresários!
● Não às isenções fiscais dadas aos grandes grupos econômicos!
● Abertura da Conta Única da Educação e criação de um Conselho paritário que possa gerenciá-la!
● Fim dos descontos extorsivos do IAPEP-SAÚDE, PLAMTA e vale-transporte!
● Fim das taxas abusivas do Banco do Brasil!
● Respeito às eleições para direção de escolas!
● Fim das perseguições, do assédio moral, racismo e homofobia em nossos locais de trabalho!


II – O PAPEL DA DIREÇÃO SINTE EM TODO ESSE PROCESSO
1. Um breve e necessário balanço
1.1. A Direção do SINTE optou pelo governo
Até janeiro de 2003 – ainda que com muitas vacilações – os atuais dirigentes do SINTE cumpriram relevante papel em defesa dos interesses coletivos dos Trabalhadores em Educação do Estado do Piauí e da própria Educação Pública em si. Defendiam melhores salários para todos. Eram guardiões dos direitos contidos no Estatuto do Magistério. Denunciavam o sucateamento das escolas. E eram ciosos na fiscalização dos recursos destinados ao setor educacional.

Mas foi só até aí. Logo que Wellington e Lula assumiram – em alianças com vários partidos burgueses, a Direção do SINTE se transformou numa espécie de sucursal dos mesmos dentro de nossa categoria. Apenas em relação ao governo local, relembremos três projetos cruciais que ajudaram Wellington & CIA a implementar:
1) Desvinculação Salarial, julho de 2003. Principal consequência: só em relação à Regência, cada professor 40h perde, em média, 160 reais todo mês.
2) Atual PCCS, julho de 2006. Principais consequências: ratificou o Projeto da Desvinculação e revogou o Estatuto do Magistério, que extinguiu direitos históricos, como o Adicional por Tempo de Serviço, a Licença-Prêmio e a Redução da Jornada de Trabalho aos novos professores.
3) Fechamento de escolas, desde 2003. Principal conseqüência: Superlota outros estabelecimentos de ensino e traz um profundo stress à vida dos atingidos por tal medida, como professores, funcionários e os próprios alunos.
1.1.1. A Direção do SINTE freia a luta
Para cumprir com eficácia essa opção que fez, a Direção do SINTE sabia (e sabe) que frear a luta é questão de vida ou morte. Assim, lançam mão de todos os artifícios e invencionices para conter os “ímpetos radicais” de quem se posiciona a favor de um enfrentamento sério contra os governos do PT. Alguns já ficaram inclusive muito manjados, como:
a) “Os professores são desunidos!”
b) “A Educação não quer grevar”!
c) “A capital não gosta do interior”
d) “Esses grupos não querem unidade!”
e) “O importante é a negociação!”

No entanto, como compreendem que somente com mirabolância verbal não conseguiriam atingir seus objetivos de forma mais abrangente, em algumas situações não hesitam em recorrer à truculência. Em maio de 2009, durante uma Assembléia-Geral da categoria, chegaram ao ponto de desligar o carro de som do sindicato, com o intuito de impedir que os presentes pudessem, em maioria, deliberar por greve.

1.1.2. A Direção do SINTE confunde negociata com negociação
Tentam justificar tal postura com a alegação de que “não se deve fechar as portas para as negociações”. O que chamam de negociação são reuniões isoladas e improdutivas que fazem a portas fechadas com assessores do governo. Ora, até um aprendiz em movimento sindical sabe que somente a mobilização da classe trabalhadora pode garantir que encontros desse tipo tenham saldo positivo para a mesma. Assim, quando freiam a luta e priorizam os gabinetes, na prática estão fazendo negociatas e não negociação.

1.1.3. A Direção do SINTE Rejeita o piso do DIEESE
Outro aspecto caótico da Direção do nosso sindicato é que rejeitam o Piso do DIEESE e apóiam a proposta do Piso Nacional dos Professores. Isso é um erro estratégico gravíssimo.

O Piso do DIEESE é baseado no Índice do Custo de Vida-ICV. Assim, é móvel, ou seja, sobe todas as vezes que os preços de produtos básicos sobem também. No último mês de outubro, estava calculado em R$ 2.120,00. É ainda baseado na Constituição Federal, que diz no artigo 7º, IV: “São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais: salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo”.

O piso defendido pelo PT e Direção do SINTE tem como referência o salário mínimo nacional pago atualmente. Ou seja, segundo dados do próprio DIEESE mal dá para uma família de quatro pessoas (dois adultos e duas crianças) sobreviver de uma forma mais digna durante uma semana.

Além disso, mesmo os professores classe A Nível I já recebem o salário mínimo nacional como piso. Assim, que sentido faz defender tal política?

1.1.4. A Direção do SINTE mantém nosso sindicato filiado à CUT governista
Manter o SINTE filiado a uma Central abertamente governista é defender a desmoralização da própria categoria, porque tanto o governo estadual quanto o federal, na prática, só nos trouxeram foi mais arrocho. Vejamos:
1) A CUT apoiou a Reforma da Previdência, que taxou os inativos e acabou com a aposentadoria especial dos professores.
2) A CUT defende o mísero salário mínimo nacional.
3) A CUT assinou o Projeto da Desvinculação e o atual PCCS.
4) A CUT cala diante de toda e qualquer perseguição vindas de Lula e Wellington contra os trabalhadores, em particular quando se trata dos servidores públicos.
A CUT é, portanto, uma Central do governo.

1.1.5. A Direção do SINTE não tem transparência com o trato do dinheiro dos filiados
Ao que nos consta, o SINTE arrecada mais de R$ 200 mil todo mês. No entanto, quem vai ao Clube Social, por exemplo, vê que sequer dão manutenção adequada ao mesmo, embora o utilizem para angariar mais recursos financeiros extras, através da promoção de festas todas as sextas-feiras.

Não se conhece também sequer uma publicação formalmente mais elaborada do sindicato, como uma revista, livro ou mesmo uma simples cartilha, tratando de algum tema de interesse da categoria. Limitam-se, vez ou outra, a lançar uma espécie de panfleto, muito simplório para o potencial econômico que a entidade tem. E financiam ainda o Programa Voz da Educação, que vai ao ar uma vez por semana na Rádio Pioneira, onde praticamente não deixam os grupos de oposição falar.

Quanto aos funcionários do sindicato, à exceção dos advogados, ao que sabemos ganham salários muito baixos.

Para onde vai tanto dinheiro, então?

Recentemente uma ex-tesoureira do SINTE – professora Lúcia Batista – fez graves denúncias sobre desvios de verbas do sindicato, via superfaturamento de utensílios adquiridos para a entidade. Tais denúncias atingiam em cheio Odeni de Jesus e Manoel Rodrigues.

1.1.6. A Direção do SINTE confunde sindicalismo com meio de vida
Os principais e mais influentes dirigentes do nosso sindicato, há mais de vinte anos à frente da entidade, têm a compreensão de que são uma “espécie de donos do SINTE”. Assim, não hesitam em manipular eleições para tentar se perpetuar no poder. Na verdade, usam o sindicato para manter privilégios pessoais, como fugir da sala de aula. Ou ainda para usufruir dos recursos materiais do mesmo em benefício político próprio.

Na prática, confundem sindicalismo com meio de vida.
Diante disso, propomos:
Organização de um Plano de Lutas que possa resgatar todos os nossos direitos e garantir uma política salarial digna – baseada no piso do DIESSE e tendo como passo primeiro não iniciar o ano letivo de 2010 enquanto nossas reivindicações não forem atendidas. Neste sentido, consideramos fundamental a Direção do SINTE:
a) disponibilizar todos os recursos materiais, financeiros e humanos da entidade para a luta;
b) denunciar de todas as formas as políticas de arrocho dos governos, via outdoors, adesivos, panfletos à população e uso da imprensa, sobretudo canais de TV;
c) fazer com que em cada local de trabalho se tenha pelo menos um cartaz expondo os reais porquês das nossas lutas;
d) viabilizar negociações só com a presença da base da categoria.
Propomos também:
● No máximo dois mandatos consecutivos a quem quiser dirigir nosso sindicato;
● Desfiliar imediatamente o SINTE da CUT e iniciar um amplo debate com a categoria acerca da possibilidade de filiação a uma outra Central.
● Prestação de contas bimestrais dos recursos financeiros do sindicato com presença de representantes da base e de membros dos grupos de oposição escolhidos em Assembléia-Geral.
● Garantia de espaço próprio no Programa Voz da Educação aos grupos de oposição que militam no seio da categoria!
● Política salarial aos funcionários do sindicato à base do Piso do DIEESE!
Teresina, 30 de setembro de 2009

Assinam esta tese:
Landim Neto, Maércio Maia, Fausto, Valdirene Bandeira, Luzanildo Frazão, Mazé Ventura, Quintino Rodrigues, Eli Almada, Alcina, Carlos Santana, Hosana Marques, Josué Alves, José Luis do Nascimento, Aléssio Francisco, Karla Raquel, Paiva Dias.

(Coordenação do Grupo Dever de Classe)

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Governo Lula corta orçamento e anuncia repasse ao FMI equivalente ao custo do Bolsa Família em um ano


Com orgulho, o governo Lula anunciou no último dia 9 de abril o pedido do FMI para o Brasil integrar a lista de países credores do fundo. Hoje, 47 países aportam recursos ao Fundo, numa lista não tão exclusiva que vai dos EUA a Trinidad e Tobago. Esse dinheiro, segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, vai para ajuda financeira aos países pobres, quebrados pela crise econômica, no chamado “Plano de Transações Financeiras”.

De imediato, o Brasil vai deixar à disposição do FMI 4,5 bilhões de dólares, valor que representa a cota que o país já destina normalmente ao fundo. Esse dinheiro deve sair das reservas internacionais, o montante de recursos em dólar poupado pelo governo através do Superávit Primário. Mantega fez questão de salientar que o empréstimo continuará sendo contabilizado nas reservas, já que, a qualquer momento, o país poderá requerer esse dinheiro de volta. Na prática, vai trocar esses dólares por uma unidade monetária própria do FMI, chamada “Direito Especial de Saque”.

O governo e o conjunto da mídia comemoraram o que avaliam ser o “novo papel” do Brasil na instituição. Após a reunião do G20 em Londres, o Brasil teria galgado uma posição superior na definição da política mundial. O empréstimo ao FMI selaria, desta forma, esse cenário que Lula chegou a chamar de nova “geografia do mundo”. De devedor a credor do FMI. Mas será que é isso mesmo o que acontece?

O mito da nova ordem
Como o próprio ministro Mantega explicou, o convite do FMI feito ao Brasil é realizado aos países com bons resultados no Balanço de Pagamentos e nas reservas internacionais. O Balanço de Pagamentos é a conta de todas as transações e remessas, comerciais ou financeiras, feitas pelo país com o exterior. Durante anos, o FMI impôs ao Brasil uma política econômica recessiva, baseado no corte das despesas do governo e de estímulo ao investimento especulativo estrangeiro. Tudo para o país acumular dólares e garantir o pagamento dos juros da dívida pública.

O governo Lula adotou e ampliou essa orientação. O crescimento econômico dos últimos anos possibilitou ao país acumular divisas, mesmo que às custas de sucessivos cortes no orçamento. Com reservas de 202 bilhões de dólares, o país pode garantir, a curto prazo, o pagamento dos juros da dívida. Só em 2008, entre juros e amortizações, o Brasil pagou R$ 334 bilhões, o que dá quase 160 bilhões de dólares.

Com a crise econômica, o Brasil vai agora emprestar recursos ao FMI que vai, por sua vez, repassar esse dinheiro aos países em dificuldades e exigir, em contrapartida, que esses governos façam uma série de ajustes neoliberais. Ou seja, a mesma lógica perversa permanece. O Brasil deixa de investir em saúde e educação para manter os lucros do sistema financeiro e uma não tão nova ordem mundial. A diferença é que agora vai, diretamente, financiar essa política recessiva em outros países.

Só com essa parcela extra ao FMI, o governo Lula vai gastar o equivalente a R$ 9,5 bilhões, quase o mesmo que o Programa Bolsa Família. Credor ou devedor, as prioridades do governo Lula permanecem as mesmas. Em março, o governo anunciou um corte de R$ 21,6 bilhões no orçamento, sob a justificativa da queda na arrecadação. Entre os setores afetados estão saúde e educação.

O pedido do FMI revela, assim, a um só tempo a gravidade da crise, sua própria decadência e a disposição do governo Lula de atuar, alegremente, como seu cão de guarda entre os “emergentes”. Um papel nada chique

Pobre paga mais imposto que rico no Brasil


Em impostos, brasileiro trabalhou 13 dias em 2008 para custear o SUS, e 14 dias para pagar os juros da dívida pública


Quem passa em frente à sede da Associação Comercial de São Paulo, na rua Boa Vista, bem no centro da capital paulista, depara-se com o tal “impostômetro”, uma enorme bugiganga que supostamente marca o valor dos impostos pagos pelos brasileiros. Na tarde do dia 30 de junho, o painel marcava R$ 500 bilhões em impostos nas três esferas de governo: municipal, estadual e federal.

Arquitetado por empresários para denunciar o tamanho da carga tributária no país, o impostômetro, contudo, não marca o essencial. No Brasil, a maior parte dos impostos incide sobre o trabalho e não sobre o capital. E são justamente os mais pobres que arcam proporcionalmente com a maior parte de sua renda em tributos. E o pior, grande parte desse dinheiro não se reverte em benefícios à população.

É o que revela o estudo Receita Pública: quem paga e como se gasta no Brasil, divulgado neste dia 30 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pela Receita Federal. O estudo partiu de dados do IBGE e do Tesouro Nacional e revela a estrutura injusta do sistema tributário.

Tributos incidem sobre os assalariados
Segundo o estudo, peso dos proprietários no PIB de 2006 foi de R$ 2 trilhões, enquanto o rendimento dos não-proprietários somou R$ 969 bilhões. No entanto, os não-proprietários contribuíram para a receita, via tributo previdenciário e imposto de renda, ou seja, através de tributos diretos, com R$236 bilhões, ou 24%. Já a arrecadação que incidiu sobre a propriedade e renda do capital totalizou apenas R$141 bilhões, ou 13,6%.

Isso significa que os assalariados são os que pagam a maior parte da conta dos impostos, apesar de sua participação no PIB ser menor.

Pra onde vai
Se não bastasse a carga tributária injusta, o pior é destino desses recursos. Para se ter um exemplo, segundo projeção do Ipea, em 2008 o governo gastou 3,6% do PIB com o Sistema Único de Saúde, o SUS. Isso equivale, em média, a 13 dias de trabalho no ano para cada brasileiro. O Bolsa Família, principal programa social do governo, despendeu o equivalente a apenas 0,4% do PIB, ou um dia e meio de trabalho de cada contribuinte.

Já o pagamento de juros da dívida pública consumiu o ano passado 3,8% do PIB, ou 14 dias de trabalho. Ou seja, enquanto trabalhamos 13 dias para custear o SUS, trabalhamos 14 dias para os lucros do grande capital internacional.

VEJA POR QUE A DIREÇÃO DO SINTE NÃO PODE AGIR CONTRA O GOVERNO

Odeni de Jesus, Presidente. Fundadora do PT, hoje é filiada ao PSB de Wilson Martins, partido pelo qual foi candidata a vereadora em 2008. Recentemente teve seu nome ratificado pelo próprio governador para o Conselho Estadual de Educação, onde recebe altos jetons.

Manoel Rodrigues, Tesoureiro. Ex-vereador pelo PT em Passagem Franca, é atualmente também Presidente da CUT, na chapa apoiada por Wellington Dias.

Remédios Silva, vice-presidente. É militante histórica do PC do B, partido do influente deputado Governista Osmar Júnior.

Núbia Lopes, Secretária-Geral. Militante histórica do PT, se notabilizou de forma negativa por ter ido pessoalmente ao Karnak assinar o Projeto da Desvinculação, sem consultar em Assembleia-Geral a categoria. Evidentemente cumpriu ordens dos demais diretores. É fortemente ligada ao deputado João de Deus.

João Corrêa, Diretor de Imprensa. Militante do PSB, é entusiasta de Wilson Martins. Até recentemente “era contra” as políticas que agora ajuda os governistas acima a aplicar.


Não ao sindicalismo chapa-branca!

Por um SINTE de luta, classista e socialista!

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Blog do João Carvalho (Portal GP1) mostra matéria sobre página do Dever de Classe

Blog de professores diz que Iapep só serve para extorquir

A coluna volta a republicar notas do blog criado pelos professores da rede estadual (http://www.deverdeclasse.blogspot.com/) para denunciar irregularidades na gestão do secretário estadual de Educação, Antônio José Medeiros (FOTO).

Leia abaixo algumas notas do blog:
ASSASSINATO
Recentemente, um dos muros da escola Anicota Burlamaqui caiu e matou uma criança de apenas oito anos de idade. Se vivêssemos em um país sério, esse pessoal do governo – em particular da SEDUC – estaria preso, porque abandonam as escolas, permitindo que um tipo de tragédia como essa ocorra.

IAPEP-DOENÇA I
Virou um caos, tal como alertamos desde o início. Só serve para nos extorquir, como um plano privado qualquer.

IAPEP-DOENÇAII
A direção do SINTE é cúmplice. Apoiou sua criação e tem representante nesse órgão. O que esse conselheiro faz: recebe gratificação do governo

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Saiu na coluna do João Carvalho na página do GP1

Segunda-feira, 21 de setembro de 2009 - 08h39
Professores criam blog para denunciar secretário estadual de Educação
17/09/2009 18:01h
Os professores da rede estadual criaram o blog www.deverdeclasse.blogspot.com para denunciar irregularidades na gestão do secretário estadual de Educação, Antônio José Medeiros (FOTO).
Leia abaixo algumas notas do blog:

FRACASSO
O Piauí, mais uma vez, ficou abaixo da média nacional no exame do ENEM. É a expressão do que o próprio PT chama de “herança maldita”. Só que agora agravada por seis anos do seu próprio governo. Veja pequenos exemplos abaixo.

CRIME I
O ex-professor Antônio José quer novamente fechar escolas em 2009. Desde 2003, só em Teresina, mais de 22 estabelecimentos já foram criminosamente lacrados.

CRIME II
Desculpas de sempre: “É preciso racionalizar os recursos da educação”. O que ele chama de racionalizar é desviar para banqueiros, mordomias, rede privada...

CRIME III
Diga não a esses delitos. Há inclusive uma decisão da Justiça Estadual proibindo esse tipo de ação criminosa.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Até quando?

Em nossa opinião, responder à pergunta-título dessa matéria é no mínimo dizer: “O arrocho permanecerá, e até crescerá, enquanto governistas continuarem a tomar decisões em nossos nomes dentro do sindicato”. Está cada vez mais claro que é impossível levar qualquer tipo de luta séria contra o atual governo enquanto o SINTE for dirigido por pessoas umbilicalmente ligadas ao Palácio de Karnak. A luta que fazem é de simulação, para aparecerem na mídia. Ou se muda isso, ou o sufoco é que continuará.

Só retrocesso

Basta ver que apoiam abertamente o atual PCCS, um grande retrocesso em relação ao antigo Estatuto do Magistério. Esse “moderno” Plano acabou com os 40% da Regência. O “velho” Estatuto do Magistério assegurava esse direito. Esse “moderno Plano engessou a Licença-Prêmio. O “velho” Estatuto do Magistério garantia que você a usasse livremente. Esse “moderno” Plano extinguiu a Redução da Jornada de Trabalho aos novos professores, e pôs fim ao Adicional por Tempo de Serviço, que chegava até a 36% do salário-base em final de carrerira. O “velho” Estatuto do Magistério garantia plenamente esses direitos.

São contra o piso do DIEESE

Outro aspecto negativo dessa Direção do SINTE é a rejeição que tem ao o Piso do DIEESE, que é calculado com base no Índice do Custo de Vida. Ou seja, varia de acordo com as oscilações dos preços de produtos básicos necessários para a sobrevivência mais digna de uma família de quatro pessoas, dois adultos e duas crianças. Em oposição a essa política, defendem o Piso Nacional dos Professores, criado pelo PT, que na prática é a aplicação do salário mínimo. Segundo estudos científicos do próprio DIEESE, o mínimo nacional mal dar para atender às necessidades básicas de uma família com esse mesmo perfil durante uma semana.

Ou seja, ao se aliar ao governo, a Direção do SINTE só nos traz prejuízos. Até quando?

“Governo do PT desvia verbas da Educação para pagar folhas paralelas em outros órgãos”

Essa gravíssima denúncia foi feita por um dos principais dirigentes do SINTE-PI, professor Raimundo Paulo, no programa “Voz da Educação” de 29.08.2009. Por que a direção do sindicato ainda não agiu contra isso?

Está cada vez mais explicado por que o governo do PT não quer nem ouvir falar nos 47% de nossas perdas ou cumprir sequer a pífia Lei do Piso dos Docentes. Ao que tudo indica, está desviando as verbas da Educação para pagar “folhas paralelas” em outros órgãos, que certamente favorecem apenas o alto escalão do Karnak. A denúncia do professor Raimundo Paulo tem fortes indicativos de que é verdadeira.

ACIONAR O MINISTÉRIO PÚBLICO
“A Direção do SINTE deve, no mínimo, acionar o Ministério Público para investigar e impedir tal ilegalidade. Caso contrário, passa a ser cúmplice desse tipo de ação. E, evidentemente, passa também a ser cada vez mais responsável pela não reposição dos 47% a que temos direito.”A Direção do SINTE deve, no mínimo, acionar o Ministério Público para investigar e impedir tal ilegalidade. Por Lei, os recursos do FUNDEB só podem ser gastos com a Educação Básica. Do montante repassado aos estados e municípios, 60% devem ser aplicados em melhoria salarial de docentes e corpo administrativo. Os 40% restantes destinam-se à manutenção geral das escolas. O mesmo ocorre com os 25% das Receitas Líquidas do Estado, que a Constituição Estadual manda que sejam repassados mensalmente à Educação, embora o PT só repasse 20%. Em 2008, os 5% não enviados correspondem a mais de R$ 161 milhões.

Mais verbas para a Educação
É importante considerar ainda que o Brasil é um dos países onde menos se investe em Educação. O Chile, por exemplo, destina cerca de 8% do seu PIB a esse setor. Aqui, esse índice mal chega a 4%, embora haja uma luta histórica para que sejam investidos 10% do PIB brasileiro nessa área. O próprio PT defendia isso antes de chegar ao governo.

Pelos 47%, Já!
Não aos desvios das verbas da Educação!
Pelo fim das políticas que só favorecem grandes empresários e banqueiros!
É preciso, portanto, dar um freio nos desvios de verbas, porque resultam em mais arrocho salarial. Basta ver a ampla maioria dos Trabalhadores em Educação, contemplados com reajuste ZERO na data-base. Tal política piora também cada vez mais as nossas condições de trabalho.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

“Governo do PT desvia dinheiro da Educação para pagar folhas paralelas”


Essa grave declaração foi feita por um dos principais dirigentes do SINTE-PI, professor Raimundo Paulo, no programa “Voz da Educação”, veiculado pela Rádio Pioneira em 29.08.2009. Por que então a direção do sindicato não toma uma providência em relação a isso? Será que não vê que esse tipo de prática é um dos principais responsáveis pela não reposição dos 47% a que temos direito?


200 milhões (FUNDEB)
121 milhões (Repasses Constitucionais)
40 milhões (Merenda Escolar)
25 milhões (Convênios)
(Algumas verbas da Educação Estadual referentes ao 1º semestre/2009, em R$)
Fontes:
www.sefazpi.org.br / www.governofederal.com.br


Ficam cada vez mais claras as razões pelas quais o governo do PT diz não ter dinheiro para repor os 47% referentes às nossas perdas salariais. Ora, se pode estar desviando até as verbas do FUNDEB, para pagar folhas paralelas em outros órgãos, como é mesmo que ia ter dinheiro para reajustar nossos salários na data-base?


ACIONAR O MINISTÉRIO PÚBLICO
A Direção do SINTE já deveria, no mínimo, ter acionado o Ministério Público para investigar e inibir tal prática delituosa. Todos sabem que, por Lei, os recursos do FUNDEB só podem ser gastos com a Educação Básica. Do montante repassado aos estados e municípios, 60% são para investimentos em melhoria salarial de docentes e corpo administrativo. Os 40% restantes devem ser aplicados na melhoria geral dos estabelecimentos de ensino. O mesmo ocorre com os 25% das Receitas Líquidas do Estado, que a Constituição Estadual manda que sejam repassados diretamente à Educação, embora o PT só repasse 20%.


A Direção do SINTE deve, urgentemente, agir em relação a isso. Caso contrário, passa a ser cúmplice desses crimes. E, evidentemente, também cada vez mais responsável pelo arrocho a que nossa categoria está submetida.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

MULHERES NEGRAS POSSUEM MENOS ESPAÇO E MENOR SALÁRIO NO MERCADO FORMAL


Os dados da Relação Anual de Informação Social (Rais), órgão do Ministério do Trabalho, revelam que as mulheres negras recebem menos que a metade do salário dos homens brancos em trabalhos formais. Enquanto a mulher negra ganha em média R$ 790, o homem branco ultrapassa os R$ 1,6 mil. O Rais também mostra a presença dessas mulheres nas vagas no mercado formal.

Para cada mulher negra no mercado formal, 15 mulheres brancas são empregadas. Em comparação com os homens, os números ficam mais expressivos – são 24 homens brancos empregados para cada mulher negra.

A presidente da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (Fenatrad), Creuza Maria Oliveira, acredita que as mulheres são privadas do ensino desde pequenas, no caso das famílias de baixa renda, e por isso começam o trabalho doméstico. Esse fator seria um agravante para a situação das mulheres negras.

“A porta de entrada para o mercado de trabalho, para as mulheres negras, é o trabalho doméstico. Essas mulheres começam a trabalhar ainda na infância, na adolescência, deixando para trás o estudo, por conta da pobreza e da necessidade. Elas acabam neste trabalho, que tem leis discriminadoras – os direitos trabalhistas não são iguais aos direitos de outros trabalhos.”

Para a Fenatrad, é preciso que o governo garanta políticas públicas que possibilitem a igualdade de gênero e raça dentro da sociedade. A Federação questiona desde o sistema de cotas aos programas de inclusão da mulher em espaços políticos.

De São Paulo, da Radioagência NP, Ana Maria Amorim.
17/08/09

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quarta-feira, 27 de maio de 2009

UM CHAMADO AOS TRABALHADORES DA EDUCAÇÃO!

Atual situação da educação no Piauí vai de mal a pior: escolas sucateadas e fechadas, baixos salários, direitos roubados, perseguições e assédio moral a docentes e servidores dentre outros. Enquanto isso, o secretário estadual de educação, Antônio José Medeiros/PT, em uma tentativa desesperada de se manter em candidato viável ao governo do Estado, vem implementando a política neoliberal nociva a educação.

Além disso, a presidente do SINTE, Odeni Silva/PSB, patrocinada pelo vice-governador Wilson Martins/PSB pretenso candidato ao governo estadual em 2010, vem tentando manipular a categoria para um empate com fim eleitoreiro e alienando a categoria ao invés de se colocar em defesa da educação. A proposta de Odeni Silva/PSB é de míseros 13% de reajuste, isto não corresponde as perdas salariais dos últimos anos e muito mesmo representa a vontade dos trabalhadores da educação. Em nossa avaliação o governo e a direção burocrática do SINTE nos empurram para greve.

Precisamos estar unidos para enfrentá-los e vencer-los! Chega de greves sem resultados! Por isso, fazemos um chamado a todos os trabalhadores da educação. Caso a SEDUC não atenda as reivindicações da categoria, propormos para a próxima assembléia do dia 03/06/09 (quarta-feira), às 9h, no Teatro de Arena greve por tempo indeterminado por:


  • Reajuste salarial de 47% imediato e sem parcelamento!

  • Gestão escolar sob controle dos trabalhadores da educação e não dos parasitas e burocratas!

  • Restituição integral dos descontos feitos indevidamente no salário de vigias e zeladores!

terça-feira, 24 de março de 2009

Aumentam as preocupações entre os trabalhadores britânicos

O Banco da Inglaterra anunciou nesta segunda-feira (16), que o Reino Unido está sob risco de uma profunda depressão econômica. O motivo do alerta está relacionado ao processo de deflação a que a economia do país está imersa e o perigo de que as dívidas das famílias possam aumentar, em relação aos preços das mercadorias e serviços. Uma família britânica deve atualmente em média US$ 84,5 mil. Para se ter uma ideia, esse valor representa hoje cerca de R$ 193 mil.

Diferentemente do que se pensa, os efeitos da deflação não são apenas positivos, já que a redução dos preços pode acelerar o processo de paralisia da economia. E a razão disso é que os consumidores reduzem o ritmo das compras, acreditando que os preços dos produtos possam cair ainda mais. Este processo pode causar o desaceleramento do consumo, fato que afeta o lucro das empresas, e que, por conseqüência, pode gerar novas demissões. Com o fantasma do desemprego rondando o país, os trabalhadores britânicos adotam posturas de tempos de crise. De acordo com matéria veiculada no jornal Financial Times, muitos trabalhadores têm voltado a procurar empregos de baixa remuneração que desde a expansão das fronteiras da União Europeia, em 2004, eram ocupados apenas por imigrantes. Em fevereiro, o Escritório de Estatísticas Nacionais do Reino Unido anunciou que no último trimestre de 2008, o PIB britânico – que é a soma de todas as riquezas produzidas pelo país, recuou 1,5% em comparação ao trimestre anterior, que também registrou desaceleração. Esta é a primeira vez, desde 1991, que a economia do país apresenta índices tão baixos.

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